sexta-feira, 25 de junho de 2010

Estudo sobre comportamento e agressividade

Centro Recreativo SDC
Estudo sobre Comportamento e Agressividade



Agressividade na infância: até que ponto é normal?
Fragilidade e insegurança. Esses são os dois principais motivos que ocasionam comportamentos agressivos por parte das crianças, podendo resultar em ferimentos nela própria e em outras pessoas. Situações como o nascimento de um novo bebê na família, separação dos pais ou então a perda de algum parente próximo contribuem para a mudança repentina na maneira de agir do filho.
"As crianças são totalmente emocionais e pouco racionais. Por não saberem lidar com alguns sentimentos, podem expressá-las por meio de atos agressivos", explica a especialista em psicologia clínica para crianças e adolescentes, Keila Gonçalves.
Sabe-se, no entanto, que a agressividade não é um traço de personalidade. Se seu filho está agressivo, certamente ele está sendo influenciado pelo cotidiano familiar e, em menor escala, por fatores externos, como a televisão, amizades, entre outros.
Segundo Keila Gonçalves, os pais devem ficar preocupados quando as atitudes perturbadoras se tornam prolongadas. "Algumas vezes, as crianças apresentam uma agressividade não apenas transitória, mas permanente, ou seja, parecem estar sempre provocando situações de briga. Este é o momento de entrar em ação".
Observar muito bem cada atitude e manter o diálogo são os primeiros passos para descobrir a causa o problema. Muitas vezes, o pequeno da família pode estar vivendo situações de conflito, seja em casa ou na escola, que o faça desempenhar algum tipo de papel, agredindo e deixando-se agredir, como conseqüência desta dinâmica em que pode estar inserido.
O comportamento hostil geralmente se origina por inúmeras razões: dificuldade de relacionamento com outras crianças; algum tipo de abuso ou humilhação por parte dos adultos; pais que evitam dizer “não” quando necessário (podendo transformar em uma criança possessiva) ou excesso de cobrança.
Nesses casos, a criança precisa de ajuda, mais do que de punição. Torna-se urgente assisti-la, por meio de muita observação e diálogo, para que se possa interromper esse ciclo de violência. É recomendada a ajuda de um especialista, que orientará os pais sobre a maneira correta de proceder.
A conduta agressiva entre os pré-escolares e escolares é influenciada por fatores individuais, familiares e ambientais. Entre os fatores individuais encontramos a questão do temperamento, do sexo, da condição biológica e da condição cognitiva.

O que se sabe, estatisticamente, é que a agressividade manifestada em idade pré-escolar, infelizmente evolui de forma negativa. Por isso necessitamos estudar e esclarecer os limites entre as travessuras da infância dos Transtornos de Conduta, o tão propalado excesso de energia do Transtorno Hipercinético, a responsabilidade tão meritosa, comum na criança "tipo adulto", da Depressão Infantil. Precisamos estudar e esclarecer os limites entre a "personalidade forte" da criança, relatada pelo pai com certa ponta de orgulho, das condutas completamente desadaptadas da infância e com enorme possibilidade de evoluir para um quadro mais grave.
De qualquer forma, hoje se acredita que a agressividade já pode aparecer em idades pré-escolares e, quando se manifesta, tende a continuar. Além disso, quando a agressividade é combinada com outras condutas problemáticas e desadaptadas a evolução será muito pior.

Causas possíveis da agressividade:
• A televisão, os videogames, a escola e a situação sócio-econômica podem ser os elementos ambientais relacionados à conduta agressiva. Embora esses três fatores (individuais, familiares e ambientais) sejam inegavelmente influentes, eles não atingem todas as pessoas por igual e nem submete todos à mesma situação de risco.

• Fase de adaptação (na escola, por exemplo) - Podemos dizer até, que a conduta agressiva costuma ser normal em certos períodos do desenvolvimento infantil, está vinculada ao crescimento e cumpre uma função adaptativa. Essa agressividade normal e fisiológica também é chamada de agressividade manipuladora.
• O temperamento, responsável pela maneira como a pessoa se relaciona com a realidade, pode ser entendido como uma espécie de moderador das relações interpessoais das crianças com seus cuidadores. Através desse conceito, as crianças com um temperamento mais ativo, intenso, irritável, têm maior probabilidade de reagir de forma inapropriada ou exagerada diante de pequenas dificuldades.

• Essas crianças, devido a sua conduta explosiva, tendem a criar estresse na relação com a mãe, e isso poderia fazer com que essas mães tendam a dificultar o contato com esses filhos, normalmente considerados "difíceis", e tendam a considerar a conduta dessas crianças como problemáticas. Essa dinâmica implicaria uma interação mãe-filho deficiente, a qual poderia ser o início do desenvolvimento de condutas agressivas (Pattersom, Dishiom e Reide, 1992).

• Diferença de sexo: Tem-se dito sempre que os meninos são mais agressivos que as meninas, que há mais casos de meninos agressivos que de meninas. Ultimamente, entretanto, essas diferenças estão diminuindo, provavelmente devido às mudanças sócio-culturais.

As eventuais diferenças de conduta entre os sexos emergem na idade escolar com o processo de socialização da criança. Os meninos, quem sabe por uma questão de maior imaturidade psicoemocional fisiológica, estão menos preparados psicologicamente que as meninas para a socialização, vida em grupo, participação cooperativa e, por isso, costumam ter mais problemas de adaptação e de orientação.

• Os elementos contemporâneos cogitados no estudo do aumento da violência e agressividade dos adolescentes passa também pelo declínio do papel do pai (e da mãe), subtraído que foi por vários elementos da atualidade. Primeiro vem a dissolução das famílias.
Cada vez que o "bem-estar da criança" está supostamente em jogo, o pai pode ter seu poder familiar limitado ou anulado.
• Pais com traços anti-sociais da personalidade, além de não transmitirem uma imagem meritosa aos filhos, podem ter dificuldades para dar mostras de aprovação e incentivo para as boas atitudes de seus filhos, não respeitam sua autonomia e espaço social, além de disciplinarem inadequadamente, com excesso de permissividade quando devem ser mais fortes e exageradamente agressivos quando não precisam.
Algumas mães talvez sejam as principais artífices da falta de dever, responsabilidade e limites de seus filhos. Atitudes superprotetoras, tão ou mais graves que seu oposto, a negligência materna, acabam resultando em pessoas sem nenhuma tolerância à frustração. Pessoas sem tolerância à frustração costumam tomar a força o que querem ou, quando não conseguem, costumam encher as filas dos histéricos nos ambulatórios de psiquiatria. E a sociedade parece desculpar prontamente essas mães, afinal, como dizem, mãe é mãe..
Talvez as mães confundam o papel materno com a permissividade extrema em busca da simpatia de seus filhos. Outras vezes pretendem, com essa absoluta falta de limites para seus filhos, serem tidas por moderninhas e joviais. A grande maioria das mocinhas adolescentes grávidas contam prontamente para suas mães seu estado de gestante, normalmente porque têm certeza que serão prontamente compreendidas, perdoadas e aceitas. Como se constata, essa atitude benevolente serve muito bem para uma segunda e terceira gestações indesejadas.
Com freqüência as mães dessas crianças agressivas tendem a atribuir mais hostilidade às condutas de seus filhos, qualificando negativamente traços de suas personalidades e ressaltando sempre a má conduta da criança. Em vários estudos aparece uma correlação entre a agressividade infantil e a tendência das mães a realizar atribuições hostis à conduta desses filhos. (Dix e Lochmam, 1990). Não é raro que a mãe constantemente estabeleça comparações desvantajosas e depreciativas entre as condutas agressivas dessas crianças problemáticas com outras crianças e, às vezes, com seus próprios irmãos.
• Um dos temas mais implicados na adaptação emocional infantil tem sido o conflito conjugal. Sabe-se que, quando a hostilidade entre o casal se expressa abertamente, a criança mostra claros sinais de ansiedade, inclusive em idades muito precoces (Cumming e Daves, 1994).

O que pode ser feito?
A harmonia familiar atuaria como fator de proteção e segurança necessários ao desenvolvimento confortável da criança, contribuindo para uma melhor adaptação emocional ao meio e favorecendo um desenvolvimento sadio de condutas sociais.

As investigações sobre famílias têm se concentrado, sobretudo, no influente papel da interação mãe-filho, mas pouco se tem falado dos efeitos do apoio mútuo dos dois pais ao seu filho. O apoio mútuo está diretamente relacionado à coesão familiar, um elemento muito importante no bom desempenho de todos os itens anteriores.

Artigo retirado do site www.guiadobebe.uol.com.br

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